E quando ela me dizia que eu era covarde e egoísta por querer deixá-la, eu não percebia que estava sendo ao ficar. Eu acreditava que deveria ser forte e que todas as indas-e-vindas eram atos de coragem, eram atos de amor, acreditava que estava construindo algo quando eu não via nada em lugar algum.
O tempo era necessário, era prova, era cura.
Mesmo com todos os amigos me implorando pra-sair-dessa, os cinzeiros sujos e todas as drogas purificadoras, até eu perceber que era ela que me fazia pequena e indefesa, eu dei e perdi tanto. E depois de colocar um ponto final naquele drama-improdutivo, eu ainda achei que iria morrer, morrer de tédio ou de qualquer falta que fosse.
Na verdade, sem ela, eu estava me sentindo leve, eu tava limpa, como um papel em branco pronto pra se encher de inspiração.
Eu não queria mais precisar de coragem e força pra ficar com alguém, por que nem de longe isso pode ser bom.
Eu queria simplicidade.
Agora eu queria ser amada.
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