sexta-feira, 3 de junho de 2011


Você vive para fugir,
Mas medo é a pior coisa a se ter.
Deixe-me te introduzir ao mundo,
Abrace o outro dia.
(Lifehouse – In Your
 
Skin) 

Ela sentou-se debaixo daquele céu estrelado e sem nuvens buscando por respostas que ela nunca encontraria, numa madrugada fria e abafada pela melancolia. O vento congelante que soprava a fez tremer e desejar agoniadamente alguém para abraçar, o que trouxe à deriva suas memórias já desgastadas pela solidão do tempo. Sentiu uma profunda falta de cada único amor que teve, mas algo lhe doeu no peito: será que algum dia ela amara de verdade? Ela conhece o amor ou todos seus sentimentos nunca passaram de pseudo-amores? Perguntas incessáveis lhe encheram a mente, e nesse instante ela desistiu de formular qualquer resposta, pois sabia que, mesmo se tentasse, nunca poderia responder tais perguntas, ninguém nunca pôde. Apenas sentiu sua respiração, olhou para as estrelas de uma maneira que nunca tinha feito e nelas encontrou um pouco de esperança. Ela era como uma estrela, só que seu brilho andava um pouco ofuscado, talvez ele estivesse se perdendo em meio a tantas perguntas solitárias que ela fazia a si mesma.
Passou algumas horas ali, desejando às estrelas alguém para esquentar seu corpo frio naquela madrugada invernal. Até que o brilho do sol apareceu ao longe, ofuscando o brilho das estrelas noturnas e transformando a escuridão em um azul claro e iluminado. Ela sabia então que aquela era a sua deixa, o seu momento de partir. As estrelas já estavam sumindo, isso mostrava a ela que um novo dia começava. Era o momento de deixar todas as perguntas irrespondíveis de lado e começar a viver.

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