Seguir um caminho sem saber ao certo onde vai dar faz parte dos percursos ridiculamente instrutivos e necessários na vida. Sem isso provavelmente seríamos apenas pessoas comuns, banais, ordinárias – lisas, impecáveis, imaculadas.
A graça de cada pequeno progresso são as cicatrizes. Os pés cheios de bolhas, as mãos com calos, os cotovelos ardendo, os joelhos ralados. As batidas de cabeça que nos ensinam mais do que qualquer conselho de mãe – aqueles que quase sempre ignoramos e que são infalivelmente certeiros. Mas creio que também faça parte do caminho ignorar a todos eles.
O ser humano não aprende com palavras bonitas. Não aprende com vozes afáveis. Precisamos da dor. A dor é a beleza do ser, é a beleza de ser e de estar e de cair e de querer continuar...
Fiquei brava com Deus algumas vezes. Duvidei que ele existisse, em outras. Mas hoje entendo que ele realmente escreve certo por linhas certas... Ele realmente dá os pés certos para cada caminho tortuoso. Cabe a cada um de nós decidir entre a dolência ou o deleite dos tombos. É aquele tal de livre arbítrio.
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